sexta-feira, 25 de setembro de 2015

História de Israel - O Reinado de Salomão

 
Salomão - no original Shlomo (em Hebraico:שלמה), que deriva da palavra Shalom (paz)


O Rei Salomão foi o segundo governante da Dinastia Davídica, após a morte de seu pai, o Rei David.  O seu reinado ter-se-ia estendido de 1009 a 922 A.E.C., nos anos geralmente considerados como a "Idade de Ouro" dos Israelitas.
 
Salomão beneficiou do trabalho do seu pai, que consolidou as fronteiras de Israel. Lançou as bases de uma economia estável e uniu a nação no culto monoteísta. Continuou a política de alianças, tornou Israel uma potência económica regional, criou infra-estruturas e indústrias. Com fronteiras que iam do Egipto até à Síria e à Mesopotâmia, o país viveu um tempo de paz, que teve o seu ponto máximo do na construção do Templo em Jerusalém, inaugurando uma era de prosperidade e devoção religiosa  sem precedentes.
 



O Primeiro Templo, ou Templo de Salomão.


A lendária sabedoria de Salomão é ainda hoje famosa. Numa passagem da Bíblia - I Reis 10 - é descrito que a Rainha de Sabá foi visitar Salomão, para testar o seu conhecimento em primeira mão. Trouxe-lhe exóticos presentes e propôs-lhe alguns enigmas; e quando ele lhes respondeu de forma satisfatória, ela partiu.

Esta intrigante passagem da Bíblia tem sido motivo de especulação ao longo dos séculos, sobre a identidade da Rainha de Sabá e sobre a natureza precisa do seu relacionamento com o Rei Salomão. Diversas pessoas e comunidades, em todo o Mundo e ao longo da História, têm reivindicado serem descendentes de uma suposta ligação amorosa proveniente deste encontro. A Israelomania é assim mesmo...

 
 
O célebre encontro forneceu inspiração para inúmeras interpretações literárias e artísticas, de cunho religioso e romântico, erudito e popular.
 
Pergunta da Rainha de Sabá:

        "Dize-me, sábio Rei Salomão,
Que águas são essas, que não
Nascem da pedra, chão ou monte.
E embora venham da mesma fonte,
Ora amargas, ora doces são?"


  
      Resposta do Rei Salomão:

        "As lágrimas não vêm do chão,
E é doce o pranto da emoção feliz
      Amargo é o pranto,
Da dor, tristeza e desencanto."
 


Yul Brynner (russo de origem mongol) e Gina Lollobrigida (italiana) protagonizaram uma das muitas reedições cinematográficas do lendário encontro entre os dois soberanos.


Em I Reis 11, é dito que Salomão de afastou de Deus. Ele é punido por ter muitas esposas, um erro que o teria levado a desviar-se dos seus deveres e mesmo à e adoração de ídolos. Deus diz a Salomão que a punição pelos seus pecados seria a divisão do Reino. No entanto, por causa do amor que Deus tinha a David, pai de Salomão, prometeu não dividir o Reino durante a vida de Salomão, mas sim durante o Reinado de seu filho, Roboão. Deus também prometeu a Salomão que os seus descendentes continuariam a ter soberania sobre duas tribos (Judá e Benjamim).


O tempo de prosperidade e de paz chegou ao fim não muito tempo depois da morte de Salomão. O filho de Salomão, Roboão, governou o Reino do Sul, Judá, que permaneceu na Dinastia Davídica por mais 300 anos.
 
 
Quadro de Tissot retratando o célebre episódio da disputa da criança pelas duas mulheres, e a famosa "justiça salomónica". Qualquer história que verse sobre sabedoria leva cunho de autoridade se atribuída a Salomão.
 
São temas controversos, quer a existência real de Salomão, quer a autenticidade da narrativa Bíblica que lhe diz respeito. Por estar necessariamente associada à Civilização Judaico-Cristã, a figura de Salomão sofre mais contestação do que outros vultos da História sobre os quais existem igualmente poucos vestígios arqueológicos. Os inimigos da religião costumam, aliás, reduzir toda a Bíblia a um "conto de fadas" - para usar uma expressão que lhes é cara.
 
Os incondicionais da religião tendem a cair no extremo oposto, mantendo a crença firme de que tudo na Bíblia é literal e relatado com precisão histórica. Salomão tem por isso uma numerosa falange de de detractores e de defensores, respectivamente.
 
As narrativas constantes no Livro dos Reis terão sido passadas a escrito durante o cativeiro dos judeus na Babilónia, e, como era comum entre os povos Antigos, o patriotismo tendia a ser exaltado em descrições épicas e magnificientes, mesclando realidade e imaginação. Reduzir tudo a uma questão de "verdade" ou "mentira" será infantilidade, ou mesmo fanatismo.
 
 
 
As minas de Salomão: fortaleza quadrada (73 x 73 m),  século 9 A.E.C., e gigantesca mina de cobre, descobertas na Jordânia, na Antiga Edom. (Foto do Laboratório Levantino de Arqueologia).

A Arqueologia vai trazendo novos contributos para a discussão. Recentes escavações e descobertas em Israel põem em questão o paradigma que afirma que não há vestígios suficientes da Dinastia Davídica. Descobertas como a Estela de Tel Dan, uma pedra inscrita datada do século 9 A.E.C., com uma inscrição em Aramaico que inclui as palavras "Casa de David" (neste contexto o termo refere-se a uma dinastia ou linhagem Real, não a uma habitação...), achada em 1993/94 pelo arqueólogo Avraham Biran, e os resultados mais recentes das escavações de Khirbet Qeiyafa por Yosef Garfinkel, apontam para um Reino israelita altamente organizado e rico em recursos, que pode ser situado no século 10 A.E.C., tal como o registo Bíblico atesta.



As mesmas minas de cobre da foto anterior, com vestígios da presença humana até 76 metros de profundidade. Uma das estruturas descobertas parece ser um altar. (Foto do Laboratório Levantino de Arqueologia).

Os cépticos defendem que não se encontraram vestígios das riquezas de Salomão descritas na Bíblia. Mas a pouco e pouco vão-se encontrando as famosas Minas de Salomão. O mesmo se pode dizer das minas da Rainha de Sabá, cujas riquezas seriam igualmente impressionantes. A arqueóloga Louise Schofield, ex-curadora do Museu Britânico, parece ter descoberto, no Norte da Etiópia, vestígios destas não menos famosas minas.

O Médio-Oriente, berço da Civilização, é rico em vestígios arqueológicos, e muito falta descobrir. A menos que o ISIS se antecipe e destrua tudo primeiro.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

História de Israel - O Reinado de David


O Rei David, interpretado por Richard Gere
A dinastia Davídica começou aproximadamente 1.000 anos antes da Era Comum, com a unção do seu fundador, o Rei David.
O governo de David seguiu-se ao do Rei Saúl, o primeiro Rei de Israel. Depois de Saúl ter sido morto numa batalha contra os Filisteus, durante a qual os israelitas sofreram uma terrível derrota, David foi ungido. O seu Reinado foi uma era dourada para os antigos israelitas. O território sob seu governo estender-se-ia até o rio Eufrates, a norte; e até ao Golfo de Aqaba, a sul.


Mapa (daqui) aproximado dos domínios do Rei David

A delimitação exacta dos territórios sob a autoridade de David, como tantas outras questões na História, permanece envolta em algumas dúvidas. A História do Povo Judeu está contada no maior best-seller de todos os tempos, A Bíblia. A Arqueologia e a pesquisa histórica continuam a enriquecer o nosso património de conhecimentos, e a confirmar a narrativa Bíblica.


Mapa (idem) mais detalhado dos territórios sob a autoridade de David

O Reino incluía todas as terras originalmente destinadas às 12 tribos de Israel (excepto uma pequena porção de Philistia ao longo da costa sul do Mediterrâneo) e também o Reino de Amon (ver mapa). Certas nações foram autorizados a manter os seus próprios Reis, passando a ser Estados vassalos (como era comum, por exemplo, na nossa Europa medieval). Os Estados vassalos incluíam Moab (leste do Mar Morto), Edom (sul do Mar Morto), e o território de Damasco (no nordeste). Houve também um território ainda mais ao norte chamado Hamat que reconheceu a soberania de Israel e a autoridade de David.

Ruínas da cidade fortificada de Shaarayim, na Judeia, onde David terá derrotado o gigante filisteu Golias. A pesquisa arqueológica está constantemente a trazer à luz do dia apaixonantes achados como este, que, curiosamente, interessam não apenas aos especialistas mas ao grande público. Mais um indício do desmedido interesse global (seja positivo, seja negativo) por Israel. Um mistério que ultrapassa a nossa compreensão.

UM PARÊNTESIS:
No clima de intenso antissemitismo do Médio Oriente actual (que deriva da tradição islâmica e do "ultraje" que constitui a presença de uma pequena nação não islâmica no meio do vasto Império estabelecido por Maomé), é crença geral que Israel pretende retomar as fronteiras do tempo de David.
Trata-se de um mito, obviamente. Entre 1967 e 2011, Israel ofereceu mais de 2/3 do seu território em troca de Paz:

Não temos notícia de alguma nação alguma vez ter feito concessões semelhantes. Talvez as mãos tão largas de Israel tenham como efeito perverso levar muita gente a habituar-se a exigir sempre mais e mais. O moderno Estado Judaico foi fundado logo com a concessão da maior parte do seu território para se fundar aí a Jordânia, um Estado Árabe. Desde aí, tem sido sempre dar. E nunca chega...
Interessante página de Facebook: "A Palestina Já Existe: É a Jordânia!".
Também digno de nota é que esse discurso é veiculado pelos media Ocidentais. O medo do "Grande Israel" é mais uma dessas irracionalidades que os inimigos de Israel veiculam.
O Rei David em batalha contra os Filisteus
David lutou contra os Filisteus, conseguindo derrotá-los. Conquistou muitas nações, incluindo partes da moderna Síria (Aram) e da moderna Jordânia (Moab), bem como outros territórios, como Edom. Ao mesmo tempo que conquistava territórios, também estabelecia alianças estratégicas com as nações amigas, como os Fenícios e o Reino de Tiro, no que hoje é o Líbano. A soberania de David era absoluta, unindo as Doze Tribos e tendo Jerusalém como sua capital.

O Rei David é das figuras históricas mais interessantes de sempre. Foi guerreiro e foi poeta. Coragem e fé são as qualidades que se destacam em David - um homem falível, como qualquer outro, que combateu as suas fraquezas.

David construiu uma casa para si mesmo, com materiais fornecidos por Hiram, Rei de Tiro (2 Samuel 5:11). Embora tenha construído uma casa para si e uma capital (2 Samuel 5: 9), David percebeu que era uma vergonha para Deus que ele, David, residisse em esplendor, enquanto que o próprio Deus não tinha casa em que "viver" (2 Samuel 7: 2).
David trouxe a Arca da Aliança para Jerusalém, com o objectivo de construir um templo para Deus. No entanto, o Profeta Natan disse-lhe que o Templo teria de ser construído pelas gerações futuras. Deus prometeu que, embora ele não fosse autorizado a construir o Templo, o Reinado permaneceria para sempre na linha de David. (2 Samuel 7:16).

Túmulo do Rei David, em Jerusalém, Israel.
Como é do conhecimento geral, os Judeus esperam o seu Messias - sem prejuízo de outros que outros povos possam reconhecer como Messias. Em questões de Fé, cada um é livre de ter a sua. O termo Messias deriva do hebraico Mashiach e significa Escolhido, ou Ungido. O Messias do Judaísmo terá que satisfazer algumas condições, a mais notória das quais é a inauguração de uma Era de Paz para toda a Humanidade. Uma outra é ser descendente do Rei David.

 'Fan the flame in the name of Judah from the line of King David!'
 'Reavivar a chama em nome de Judá a partir da linha do Rei David!'

História da Israel - Os Reis


O Profeta Samuel unge o Rei Saúl

À Era dos Juízes em Israel seguiu-se a Era dos Reis. Foi o último Juiz, o Profeta Samuel, que ungiu o primeiro Rei de Israel, o Rei Saúl. Não é consensual que Samuel seja contado como um dos Juízes, mas foi incontestavelmente o último líder do povo judeu antes do Rei Saúl. 
Samuel não era favorável a que Israel tivesse um Rei, pois, no seu entender, o "Rei" de Israel era Deus. A insistência popular levou-o a pedir um sinal divino, e o apontado foi Saúl. (Se já se esqueceu destas histórias, releia a Bíblia, mais precisamente o Livro de Samuel e o Livro dos Reis).
Saúl faz a ligação entre a era dos Juízes e a dos Reis. Foi chamado Melech ("Rei "), mas foi só no reinado do Rei David que a nação ficou realmente forte e unida como é próprio de um Reino. Antes de David, a crença monoteísta judaica e a origem comum mantinham uma união periclitante entre as tribos de Israel. 
O Reinado de Saúl decorreu entre 1049 a.e.c. e 1004 a.e.c., e foi tumultuoso. Se bem que tenha sido um Rei bem sucedido em muitas batalhas militares, a sua história é fortemente marcada pela eclosão de descontentamento e ciúmes da estrela em ascensão - David. À luz dos conhecimentos dos nossos dias, o Rei Saúl, no final do seu Reinado, estava mentalmente doente, apresentando episódios de paranóia e depressão.


O célebre episódio em que Saúl atira uma lança a David

Durante uma guerra contra os filisteus, os judeus foram derrotados e Saúl cometeu suicídio para evitar a captura. Depois do luto pela morte de Saúl, David foi ungido Rei, e o seu Reinado foi uma idade de ouro para os israelitas. O Rei David lutou contra os filisteus e, desta vez, conseguiu derrotá-los. Ao mesmo tempo que derrotava os inimigos de Israel, também fez alianças estratégicas com nações amigas. A sua soberania era absoluta. David uniu as 12 tribos e fez de Jerusalém a sua capital. David reinou entre 1003 a.e.c. e 971 a.e.c..

O Rei David derrotou Golias, o gigante filisteu, num episódio que se tornou a imagem da vitória do querer sobre a força e do Bem sobre o Mal.

O Rei Salomão, filho de David, continuou as realizações do seu pai. Prosseguiu as alianças diplomáticas e levou Israel ao estatuto de potência económica regional, apostando na construção das suas infra-estruturas e desenvolvimento da indústria. Foi um tempo de paz para os israelitas, que teve o momento mais alto na construção do Templo Sagrado em Jerusalém.

A visita da Rainha de Sabá ao "sábio Rei Salomão" tem sido uma fonte de inspiração para numerosos artistas. Esta representação é de Giambattista Tiepolo (séc. XIX). A chegada da Rainha tem sido ilustrada musicalmente por nomes tão sonantes como Handel.

A prosperidade e paz não duraram muito. As ambições de Salomão suscitaram desconfiança, e alguns acusaram-no de dar tratamento preferencial à sua tribo. Correram rumores de cisma,  e após a morte de Salomão, o Reino dividiu-se mesmo, com Israel a norte e Judá a sul. Roboão, filho de Salomão, governou o reino do sul, de Judá, e os Reis de Judá continuaram a dinastia Davídica pelos 300 anos seguintes.

Neste mapa podemos ver o Reino de Israel (a norte) e o Reino de Judá (a sul). Diversas nações e povos circundantes viriam a extinguir-se. É o caso por exemplo de Moab, Edom, e da Filístia (Terra dos Filisteus) que pode ver-se à esquerda, em baixo, com as conhecidas cidades de Ashsdod ou Gaza. No mito iniciado nos anos 60 do século XX, os Árabes, que invadiram Israel em 1920, seriam os Filisteus (!!!).

Os próximos séculos viram dois Reis no poder, simultaneamente, um a norte e outro a sul. O primeiro rei de Israel foi Jeroboão, em 928 a.e.c; e o último Rei foi Oséias, em 722 a.e.c..


Reino dividido: os sucessivos Reis de Israel e de Judá 

Os Assírios começaram a conquista de Israel em 722 a.e.c., conduzindo ao exílio dos israelitas do Reino do Norte, alguns anos depois. Os israelitas ficaram conhecidos como as "tribos perdidas". No sul, a autonomia durou um pouco mais; o último Rei de Judá  foi Zedequias, cujo reinado terminou em 587 a.e.c., com a destruição do Templo e a queda de Jerusalém.

Zedequias acorrentado é trazido à presença de Nabucodonosor. Ilustração bíblica de o de  Petrus Comestor, 1670.

O Rei Zedequias foi mandado cegar por 
Nabucodonosor, que também lhe matou os filhos. Acabou os seus dias cativo na Babilónia. Só um pequeno número de judeus foi autorizado a ficar para a terra não ficar completamente ao abandono, após a destruição.
A destruição do Primeiro Templo e subsequente exílio do povo judeu trouxe o fim da Era dos Reis. Foi a última vez que todo o povo judeu esteve unido sob a mesma autoridade, na mesma terra. Nos nossos dias, a perseguição aos judeus em todo o Mundo está a forçá-los a buscarem refúgio em Israel, o que confirma as profecias. Mas disso falaremos mais tarde...

História dos Reinos Bíblicos de Israel

A História judaica começa com os patriarcas: Abraão, Isaac e Jacob. Jacob viria a ser chamado Israel pelo próprio Deus, segundo a narrativa bíblica.

Na catequese cristã, aprendemos que o nosso Deus é o Deus de Abraão, Isaac e Jacob/Israel
A profissão de fé judaica, a famosa Shemá Israel (Ouve, ó Israel) refere-se ao povo de Israel-país e aos descendentes de Israel-pessoa. Quando estava prestes a morrer, Jacob chamou os seus filhos e quis saber se estes se mantinham fiéis à Ideia monoteísta. A resposta foi "Ou Israel, o Senhor é Deus, o Senhor é Um" - שמע ישראל י-ה-ו-ה אלוהינו י-ה-ו-ה אחד (Shemá Yisrael Adonai Elohêinu Adonai Echad).

Jacob/Israel no seu leito de morte, abençoa os filhos
Quem, como nós, teve uma educação religiosa cristã, conhece a confirmação desta profissão de fé proferida por Jesus:
36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
37 E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
38 Este é o primeiro e grande mandamento.
39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
40 Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.

Mateus 22

Geração após geração de judeus tem tido na Shemá o seu pilar principal, o traço civilizacional que mais distingue os judeus entre os povos da Terra. geração após geração, os judeus têm sido martirizados aos milhões, e têm preferido o martírio a abjurar este princípio de fé. Dos mártires dos Romanos aos mártires dos Nazis, ou mais recentemente dos Árabes, os judeus continuam a morrer recitando a Shemá.

Escrevia Blaise Pascal (1623 - 1662) célebre físico, matemático, filósofo, moralista e teólogo francês, na sua obra "Pensamentos":

"Em algumas partes do mundo podemos ver um povo peculiar, separado dos outros povos do mundo, chamado povo judeu… Este povo não apenas é de impressionante antiguidade como também tem perdurado por um tempo singularmente longo… Pois enquanto os povos da Grécia e Itália, de Esparta, Atenas, Roma e outros que surgiram muito depois pereceram há tanto tempo, este ainda existe, apesar dos esforços de tantos Reis poderosos que tentaram uma centena de vezes acabar com ele, como seus historiadores atestam, e como pode ser facilmente julgado pela ordem natural das coisas no decorrer de tantos anos. Eles foram
sempre preservados, no entanto, e sua preservação foi prevista… O meu encontro com esse povo surpreende-me…"
Tanto Abraão como Isaac tiveram dois filhos; em ambos os casos, Deus escolheu um filho sobre o outro. Isaac foi escolhido sobre Ismael (Génesis 17), e Jacob sobre Esaú (Génesis 27) para se tornar o líder e pai dos filhos de Israel (o povo judeu).

Jacob foi o pai das Doze Tribos, de quem todos os judeus são descendentes. Os antepassados, e mais tarde os seus filhos, viveram principalmente na antiga Terra Santa, chamada Canaã. Jacob e seus filhos desceram ao Egipto para comprar comida durante uma fome em Canaã e hospedaram-se (Génesis 46). Os israelitas foram escravizados no Egipto, durante muitos anos, mas acabaram por conseguir ter sucesso na sua fuga para a Liberdade, liderada pelo grande profeta Moisés (Êxodo 12).
Todos os anos, pela ocasião da Páscoa, judeus e cristãos recordam a fuga do Egipto e a Passagem do Mar Vermelho. O termo Pessach/Páscoa significa "Passagem".

Depois de quarenta anos de peregrinação no deserto, os judeus entraram na Terra Prometida, sob a liderança de Moisés, e depois deste pelo seu pupilo, Josué (Josué 1). 


Canaanitas sacrificando os seus filhos ao deus Moloch, um deus de ódio e terror.

Anos de guerras e conquistas se seguiram, até que os israelitas tiveram a soberania sobre a Terra que haviam deixado e encontrado ocupada por povos pagãos, que, como os colonos islamistas de hoje, sacrificavam os próprios filhos às suas divindades. 

A localização dos territórios das 12 Tribos na imagem satélite de Israel

O primeiro Rei dos judeus foi Saúl, que acabou por ser derrotado pelos Filisteus (I Samuel 31 2 Samuel 1). Seguiu-se a Saúl o grande Rei David; O filho de David, o Rei Salomão, construiu o Primeiro Templo em Jerusalém (I Reis 6). Após este período de ouro, os israelitas estavam divididos em duas facções - o Reino do Norte, ou de Israel, e ao sul o Reino de Judá (I Reis 11).
Reino de Israel e Reino de Judá

Em 721 a.C., cerca de 200 anos após a construção do Templo, o Reino do Norte foi exilado pela Assíria, dando origem às dez "tribos perdidas".
Cerca de 200 anos depois, em 587 aC, os Babilónios destruíram o Templo e exilaram os judeus remanescentes (2 Reis 25). Os judeus não tiveram permissão para retornar à Terra Santa até ao reinado de Ciro da Pérsia, que não só os incentivou a retornar, mas também permitiu a construção do Segundo Templo (Esdras 1).

Recentemente, em discurso na ONU, o Primeiro-Ministro de Israel lembrou a amizade histórica entre a Pérsia (hoje Irão) e Israel.
Para saber  quantos Templos tiveram afinal  os judeus, releia este post.

O Cilindro de Ciro é uma de muitas provas de que a narrativa Bíblica é historicamente correcta.

O Cilindro de Ciro, que está à guarda do Museu Britânico, regista o decreto Real de libertação dos judeus, do seu regresso a Israel, e da  reconstrução do Templo. Foi gravado após a vitória do Rei da Pérsia (hoje Irão) sobre os Babilónios, em 539 a.C.. 100 anos antes, o profeta Isaías anunciava, pelo nome, o Rei Ciro, que libertaria os judeus.
Durante o período Helenístico, cerca de 150 a.C., os Reis Gregos esforçaram-se para erradicar as "estranhas e antiquadas práticas" do Judaísmo. 

O Império Selêucida teve início em 323 a.C. e em poucos anos já dominava todo o Médio Oriente.
Em 167 a.C., um decreto de Antíoco IV proibiu a prática do Judaísmo em Israel, instalou o culto a Zeus no templo de Jerusalém, e reprimiu com brutalidade os judeus que se negassem a adoptar os ditames pagãos (1 Macabeus 1:56-64):

"Quanto aos livros da Torá, os que lhes caíam nas mãos eram rasgados e lançados ao fogo. Onde quer que se encontrasse, em casa de alguém, um livro da Aliança ou se alguém se conformasse à Torá, o decreto real o condenava à morte. Na sua prepotência assim procediam, contra Israel, com todos aqueles que fossem descobertos, mês por mês, nas cidades. No dia vinte e cinco de cada mês ofereciam-se sacrifícios no altar levantado por sobre o altar dos holocaustos. Quanto às mulheres que haviam feito circuncidar seus filhos, eles, cumprindo o decreto, as executavam com os mesmo filhinhos pendurados a seus pescoços, e ainda com seus familiares e com aqueles que haviam operado a circuncisão. Apesar de tudo, muitos em Israel ficaram firmes e se mostraram irredutíveis em não comerem nada de impuro. Eles aceitaram antes morrer que contaminar-se com os alimentos e profanar a Aliança sagrada, como de fato morreram. Foi sobremaneira grande a ira que se abateu sobre Israel".

Os Macabeus revoltaram-se, venceram os invasores apesar de estes serem imensamente superiores em número e força, e devolveram a soberania ao povo judeu em Judá. 

Todos os anos, mais ou menos pela altura do Natal cristão, os judeus de todo o Mundo celebram a vitória de Judas Macabeu, filho de Matatias, e dos seus valentes companheiros.
O triunfo retumbante sobre os invasores Sírio-Gregos não se repetiu com as sucessivas revoltas contra os invasores Romanos (na mesma época em que Israel foi ocupado pelos Romanos também o território que hoje é Portugal era província Romana, e também por cá havia revoltas). O Segundo Templo foi destruído no ano 70 d.C., e os judeus mais uma vez massacrados e expulsos da sua Terra.

O Arco de Tito mostra a menorah e outros vasos do Templo exibidos triunfalmente pelas ruas de Roma durante um desfile de vitória, após Jerusalém ser retomada em 70 d.C..

A Terra Santa ficou abandonada até ao século XX. Vários Impérios exerceram sobre ela sua soberania, com destaque para os Turcos Otomanos, que, como outras potências, mantiveram a Israel ao abandono, escassamente povoada, mas... sempre, ininterruptamente, com a presença nativa judaica.

Em 1948, na sequência da II Grande Guerra, procedeu-se a um novo desenho das soberanias no Médio Oriente (os Turcos Otomanos, aliados de Hitler, perderam a guerra). Foi a oportunidade para que Israel (que lutou na II Grande Guerra com o nome de "Palestina Britânica"), visse reconhecida a sua soberania sobre a Terra ancestral.

E assim aconteceu, ainda que contra a vontade de Mundo Muçulmano - o Islão determina que uma terra que foi muçulmana o será sempre, e é por isso que os muçulmanos querem reconquistar a Península Ibérica, logo a seguir a Israel.

As profecias cumpriram-se:


Hoje mais que nunca, os judeus de todo o Mundo reúnem-se em Israel
"Porque eis que vêm dias, diz o Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel, e de Judá, diz o Senhor; e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão."
Jeremias 30:3




----------- APÊNDICE -----------



Nestas 7 décadas como Estado de novo independente, Israel não conheceu nem um dia sem ataques terroristas, da parte dos descendentes de Ismael, cujo ódio aos judeus supera o amor à própria vida.

DA ALDRABICE E DA POUCA-VERGONHA

Francisco Louçã em manifestação de apoio aos terroristas do Hamas, Lisboa, Verão de 2014.

Ajudados pelos jornalistas (o Al-Público, entre outros), pelos neo-nazis e pelos extrema-esquerdistas ocidentais (cá em Portugal temos por exemplo o Boaventura Sousa Santos,  mais o Louçã e toda a malta do Bloco de Esquerda, do PCP e boa parte do PS, que apoiam os bandos terroristas Hamas, Hezbollah, etc..) os terroristas islâmicos fazem da destruição de Israel a única razão da sua existência. 

No entanto, jamais existiu qualquer direito histórico da parte deles à Terra de Israel. A Jordânia foi a parte de leão da Terra de Israel, dada aos Árabes para fazerem o seu Estado.


Israel (a azul) e o Mundo Islâmico (a verde claro e verde escuro).  Ninguém se rala com as ditaduras islâmicas (NENHUM país muçulmano é democrático ou cumpre os Direitos Humanos ou o Direito Internacional). A extinção de Israel é a prioridade nº 1 dos Governos do Mundo, da ONU, da extrema-direita e extrema-esquerda, dos nazis e dos muçulmanos.

 
Walid Shoebat, ex-terrorista da OLP e hoje cristão e Amigo de Israel - "Por que é que em 4 de Junho de 1967 eu era um jordano e durante a noite me tornei um palestino?... Nós considerava-mo-nos jordanos até que os judeus voltaram a Jerusalém, e de repente éramos palestinos. Eles removeram a estrela da bandeira da Jordânia e de repente tivemos uma bandeira palestina."


Recordamos que nunca houve uma nação ou Estado árabe da Palestina na história humana.
O actual Estado de Israel foi "inscrito" num canto do Império Turco Otomano por um voto unânime da Liga das Nações em 1922 - exactamente como a Jordânia, Síria, Líbano e Iraque foram.

Mas apenas a existência do pequeno Estado democrático de Israel - que se justifica por laços históricos mais profundos do que qualquer outro - é questionada! Nenhuma das incomparavelmente maiores 22 ditaduras árabes e as colónias em torno delas o são. Esta discriminação é a prova de que o anti-Sionismo é anti-semitismo.
QUESTIONÁRIO "PALESTINIANISTA"

Algum palestinianista saberá responder a este questionário sobre a «Palestina Árabe»?

1. Quando é que o país foi fundado e por quem?
2. Quais foram as suas fronteiras?
3. Qual foi a sua capital?
4. Quais foram as suas cidades mais importantes?
5. Quais foram as bases de sua economia?
6. Qual foi a sua forma de governo?
7. Pode citar pelo menos um líder palestino antes de Arafat?
8. A Palestina alguma vez foi reconhecida como um país cuja existência, então ou agora, não deixasse margem a interpretação?
9. Qual era a língua da Palestina?
10. Qual era a religião predominante da Palestina?

11. Qual era o nome de sua moeda? Escolha uma data qualquer na história e diga qual era a taxa de câmbio da moeda palestiniana em relação ao dólar dos EUA, ao marco alemão, à libra esterlina, ao iene japonês ou ao yuan chinês na referida data.

12. E, finalmente, dado que este país não existe actualmente, que é o que causou o seu desaparecimento e quando é que ocorreu? Você que lamenta o "afundamento" de uma orgulhosa e nobre nação ", diga s.f.f., quando exactamente é que essa "nação" foi orgulhosa e nobre?