sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

História de Israel - A Liga das Nações e o Estado Judaico


Dimensões relativas de Israel e da Argélia: Israel é 0,02% do mundo islâmico em área. O conflito dos muçulmanos com Israel e a obsessão milenar e global com Israel e com os judeus nada tem a ver com território.
A Liga das Nações - antecessora da ONU - foi fundada como resultado do tratado de Versailles, após a Primeira Guerra Mundial. A sua fundação foi baseada num sentimento anti-guerra, por causa dos horrores e das perdas humanas provocadas pelo recente conflito.  

Seguindo as ideias do filósofo Immanuel Kant e de um grupo de nações pacifistas, os objectivos da organização eram a defesa dos "Direitos do Homem" (especificamente os dos cidadãos não brancos, das mulheres e dos soldados); o desarmamento; a prevenção de novos conflitos; a resolução de litígios internacionais pela via diplomática; e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos de todos os países. 

Os membros incluíram: O Império Britânico, a França, a Itália, a Suíça, o Japão, a Espanha, a Áustria e a Hungria. (Apesar das boas relações e da assinatura do pacto, os EUA nunca se tornaram membros.) 
Em 1922, a ideia de uma pátria judaica recebeu apoio formal e internacional quando a Liga das Nações aprovou o Mandato Britânico da Palestina, confiando à Grã-Bretanha a criação de uma pátria para o povo judeu na Palestina. A Declaração de Balfour, legislada cinco anos antes pelo Parlamento britânico, foi a primeira vez que uma potência mundial reconheceu a necessidade de uma pátria para o povo judeu; agora, essa necessidade conseguia reconhecimento internacional. 


Em Março de 1921, Winston Churchill separou arbitrariamente a Terra de Israel em duas partes, divididas pelo Rio Jordão. O território que está a amarelo no mapa, viria em 1946 a ser a Jordânia, um Estado totalmente artificial, com cuja legitimidade ninguém se preocupa.

 

O jornal The Times de Londres publicou uma reportagem sobre a conferência de San Remo, em que se lançaram as bases para o Estado Judaico moderno, como o elucitadito "Júbilo sionista acolhe Mandato britânico para a Palestina", 26 de Abril de 1920 (ver artigo de Daniel Pipes). 
Os Árabes responderam a esse júbilo invadindo Israel - (ver documentário, parte 1 e parte 2.

O Mandato declarou que uma "Casa Nacional Judaica" seria estabelecida. As comunidades judaica e árabe foram autorizadas a administrar os seus próprios assuntos internos, e a vida judaica floresceu em Israel. 
 Mapa proposto pela Comissão Peel, em 1937.

No entanto, em 1939, sob a pressão da comunidade árabe, a Grã-Bretanha emitiu um Livro Branco, contrariando a declaração original e afirmando que uma pátria judaica já não era uma prioridade. A imigração para a Palestina foi severamente restringida e, por essa razão, muitos judeus foram incapazes de fugir da perseguição que decorria na Europa Oriental e Central durante o Holocausto. 

 Proposta de partição anglo-americana, de 1945.

Em 1947, a recém-criada Organização das Nações Unidas (a reorganização pós-guerra da Liga das Nações) aprovou a Resolução 181, recomendando o "Plano de Partição", que dividiria o país em um Estado judeu, um Estado árabe e um território controlado pela ONU em torno de Jerusalém. 


Plano de partição da ONU, de 1947.  As áreas a verde seriam o Estado Árabe, as áreas a rosa o Estado Judaico, e a branco a região de Jerusalém, sob controlo da ONU. Nem esta nem as anteriores propostas foi aceite pelos Árabes, que invadiram Israel em 1920. Note-se de novo que a maior parte do território de Israel foi dada aos Árabes para que eles estabelecessem a Jordânia, um país sem História, puramente inventado pelas potências vencedoras da Guerra.

De acordo com a recomendação da Assembleia Geral da ONU, o Estado judeu seria composto pelo território que se estende de Haifa a Rechovot, a Galileia Oriental, e o Negev, incluindo Eilat. O território árabe incluiria a Galileia ocidental, a cidade de Acre, o planalto da Judeia e Samaria e a costa sul de Ashdod através da Faixa de Gaza.  
A terra dada aos judeus incluiu as áreas densamente povoadas por judeus; as terras árabes consistiam de áreas com maioria de árabes. Os árabes receberam a maioria das fontes de água. Os judeus receberam uma percentagem maior do Mandato Britânico da Palestina, para acomodar o crescimento da imigração, mas grande parte desse território era o Deserto do Negev, que não era cultivável. A maioria dos sionistas celebrou o voto, enquanto a maioria dos árabes da região o rejeitou. 

Em Maio de 1948, a Grã-Bretanha anunciou que terminara o seu Mandato sobre a Palestina, e Israel declarou sua independência. Os países árabes vizinhos declararam imediatamente guerra ao novo país. Até ao final da Guerra da Independência de Israel de 1948 , Israel tinha aumentado as suas terras em mais de 50%. Estes territórios conquistados numa guerra declarada pelos vizinhos, passaram a pertencer a Israel, à luz do Direito internacional. 

DOCUMENTÁRIO: ISRAEL - O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO







Chamamos a atenção para o mapa do Médio Oriente foi todo redesenhado durante o século XX. O Império Otomano foi derrotado na I Guerra Mundial, e as potências vencedoras passaram a administrar temporariamente todo a região. Quando a Esquerda e os islamistas clamam que Israel é um país criado artificialmente, esquecem-se de que: 
O mesmo se pode dizer de todo e qualquer país do Mundo, mais antigo ou mais recente, se lhe estudarmos a História.  
Poderíamos dizê-lo de Timor-Leste, "criado artificialmente" pela ONU após a saída dos Portugueses e a invasão Indonésia. Poderíamos dizê-lo do Líbano e de Israel, nações milenares cuja soberania foi restaurada pela Liga das Nações já no século XX.  
Poderíamos dizê-lo da Jordânia, a parte de leão do território de Israel que foi entregue aos invasores Árabes, na esperança de os apaziguar.  
Poderíamos dizer o mesmo de Portugal, quando o nosso primeiro soberano, D. Afonso Henriques, contestou a ordem estabelecida e se rebelou contra Castela.  
Poderíamos dizê-lo de todos os países do Novo Mundo, da Austrália e da Nova Zelândia, da África do Sul, etc., etc., que foram estabelecidos em territórios já habitados - e talvez seja esse complexo de culpa que os modernos justiceiros sociais projectam em Israel.  
Porque deveriam os judeus, povo nativo, presentes em Israel há mais de 4 mil anos, abandonar a SUA Terra e dá-la aos Árabes, que a invadiram em 1920? para apaziguar a consciência de hippies ignorantes que não saem da América do Norte e do Sul, da Austrália e da Nova Zelândia e deixam essas terras para os povos nativos?

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

História de Israel - A Declaração Balfour de 1917

Mais um post da série HISTÓRIA DE ISRAEL:


Texto da Declaração de Balfour (ver tradução no final do post).

A Declaração de Balfour representa a primeira vez que uma potência mundial - a Grã-Bretanha - reconheceu a necessidade de uma pátria judaica e apoiou abertamente e legitimou os esforços sionistas, numa declaração oficial. 
As raízes da Declaração de Balfour, dizem alguns, remontam a França, ao ano de 1894 - o ano do Caso Dreyfus. O Caso Dreyfus - no qual um jovem oficial judeu do Exército francês foi injustamente condenado por traição e exonerado depois de uma longa prisão - chocou os judeus do mundo inteiro. Eles perceberam que não havia lugar seguro para o povo judeu, excepto na sua pátria ancestral, e os sionistas judeus em todo o mundo foram levados à acção. Quando a Primeira Guerra Mundial começou, em 1914, o movimento sionista ganhou ímpeto. 

Harry S. Truman (presidente dos Estados Unidos) e Chaim Weizmann (presidente de Israel). 

Chaim Weizmann, cientista e líder sionista - e mais tarde o primeiro presidente de Israel - foi um importante defensor da restauração da independência na pátria judaica. Também foi um químico prestigiado, cujos trabalhos auxiliaram o esforço de guerra britânico na Primeira Guerra Mundial. 
As discussões entre Weizmann e o então Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Lord Arthur Balfour, tinham começado uma década antes da guerra, e Weizmann, juntamente com o líder sionista e o cidadão britânico Nahum Sokolow, foi essencial para avançar com a legislação necessária. 

Weizmann e correlegionários em Manchester, Reino Unido.


Em Novembro de 1917, Lord Balfour enviou uma carta ao Barão Rothschild, líder da comunidade judaica britânica, declarando o compromisso da Grã-Bretanha de estabelecer uma "pátria nacional para o povo judeu". Embora não declarasse formalmente a Palestina (a Terra de Israel, então sob domínio britânico) como "a" Pátria dos judeus, foi a primeira vez que as aspirações sionistas foram oficializadas. 


Arthur Balfour (1848 - 1930)


A declaração foi aceite pela Liga das Nações em 1922. Graças a ela, os judeus na Terra Santa conseguiram passar a gerir os seus próprios assuntos internos e economia, e a vida cultural judaica floresceu. No entanto, em 1939, a Grã-Bretanha emitiu um Livro Branco, essencialmente renegando a declaração original, e afirmando que uma pátria judaica já não era uma prioridade. A imigração para a Palestina foi severamente restringida, e, por isso, muitos judeus foram incapazes de fugir da perseguição que recrudescia na Europa Oriental e Central. 
Apesar disso, a Declaração de Balfour estabeleceu uma base sólida para realizar o sonho sionista, tornando-se o primeiro passo oficialmente sancionado para o que acabaria por se tornar o Estado Judaico moderno.





Ministério dos Negócios Estrangeiros 
2 de Novembro de 1917
Caro Lorde Rothschild, 
Tenho muito prazer em transmitir-lhe. Em nome do Governo de Sua Majestade, a seguinte declaração de simpatia pelas aspirações sionistas judaicas que foi submetida e aprovada pelo Gabinete. 
O Governo de Sua Majestade considera favorável o estabelecimento, na Palestina, de um lar nacional para o povo judeu, e fará todos os esforços para facilitar a realização deste objectivo, entendendo-se claramente que nada poderá ser feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina ou dos direitos e status político de que gozam os judeus em qualquer outro país. 
Agradeço-lhe que leve esta declaração ao conhecimento da Federação Sionista. 
Seu, 
Arthur James Balfour


Bibliografia:
Stand With Us. 

Jewish Virtual Library

Myths and Facts
Filme de:

Steven Spielberg Jewish Film Archive

domingo, 27 de novembro de 2016

História de Israel - Pré-Independência, Reconciliação e Terror


Velhos judeus em Jerusalém - início do século XX. A presença dos judeus na sua terra - Israel - é ininterrupta desde há mais de quatro milénios. Poucos povos e nações se podem gabar de ter tanta legitimidade histórica e jurídica.


Os modernos olim pisavam uma terra inóspita, não arável e cercada por vizinhos hostis. No entanto, os imigrantes jovens e idealistas das primeiras Aliyot não deixaram que isso os dissuadisse. Determinados a escapar de uma sociedade anti-semita na Europa, e cheios de amor pela pátria de Israel, os primeiros olim desembarcaram e deitaram mãos à duríssima tarefa de construir um país.

 "Esta é a Terra" - 1935


A primeira Aliyah, entre 1882 - 1903, estava cheia desses imigrantes, principalmente da Rússia, determinados a cultivar a terra e revitalizar a vida judaica em Israel. Eles estabeleceram cidades como Petah-Tikvah, Zichron Yaacov, Rishon LeZion e Rosh Pina. Embora não tivessem experiência agrícola ou agrária, estabeleceram assentamentos e cultivaram a terra.
Muitos partiram após alguns anos, desencorajados pela falta de sucesso, doenças desenfreadas e ataques esporádicos dos árabes locais; muitas comunidades teriam, soçobrado, se não tivesse sido o apoio do filantropo britânico Barão Edmond James de Rothschild, que ajudou a financiar os assentamentos até que ganhassem estabilidade. Os judeus das primeiras Aliyot procuraram mudar a própria natureza da Palestina, e voltar a fazer dela uma terra judaica, através de um processo de compra de tanta terra quanto possível. A comunidade árabe, alarmada com esse súbito afluxo de imigrantes judeus e compradores de terras, resistiu com ataques e tumultos em assentamentos judeus.


"19º Congresso Sionista" - 1935

A Segunda Aliyah, entre 1904 e 1914, foi uma das mais influentes, responsável pelo estabelecimento do movimento dos kibutz e pela revitalização da língua Hebraica. Os membros de Aliyah Bet fundaram o grupo de defesa HaShomer, a fim de proteger os imigrantes judeus dos cada vez mais frequentes, e mais hostis, ataques árabes. Em 1917, a Palestina tornou-se um Mandato Britânico, e  a Aliyah, que parou durante a Primeira Guerra Mundial, recomeçou.

A Terceira Aliyah, de 1919-1923, incluiu muitos imigrantes com formação agrícola que agora eram capazes de assumir a agricultura e criar uma economia sustentável.



Em 1920, os motins de Nabi Musa ocorreram dentro e ao redor da Cidade Velha de Jerusalém. As tensões com os árabes aumentaram, devido ao influxo maciço de imigrantes judeus, e os ataques multiplicaram-se. Todos os anos, os muçulmanos celebravam o feriado de Nabi Musa ( "Profeta Moisés") em Jerusalém, geralmente na época da Páscoa, e as festividades culminavam numa peregrinação de Jerusalém a Jericó, onde acreditavam que Moisés estava enterrado (mais uma distorção islâmica das Escrituras, pois o túmulo de Moisés é desconhecido, leia-se a Torá).


Durante a celebração de 1920, os discursos inflamatórios levaram a um grande surto de violência em Jerusalém, e a meio da manhã de 4 de Abril, os judeus já haviam sido vítimas de ataques. Um dos incitadores foi Hajj Amin al-Husayni, que mais tarde se tornou o Grande Mufti de Jerusalém, grande aliado de Hitler e cúmplice do Holocausto. Seu tio, Musa al-Husayni, era o presidente do município de Jerusalém.  As multidões árabes foram levadas ao frenesi, saqueando o Bairro Judeu, atacando pedestres, destruindo lojas e casas judaicas e invadindo a Yeshiva Torah Chaim, onde rasgaram os pergaminhos da Torá e incendiaram o prédio. Em apenas três horas, 160 judeus foram feridos. Durante os três dias seguintes, os tumultos e os ataques continuaram.



"Terra Prometida" - 1924

A resposta britânica foi discreta; os ocupantes britânicos fizeram pouco para deter os agitadores árabes e, em muitos casos, impediram os judeus de se defenderem. O inquérito britânico culpou os sionistas por incitarem os tumultos, apesar de terem condenado Hajj al-Husayni a dez anos de prisão em julgamento à revelia,  e removido Musa al-Husayni de sua posição de presidente. 
No rescaldo dos tumultos, a imigração judaica foi severamente restringida pelos britânicos, a fim de apaziguar a população árabe. Os judeus responderam estabelecendo movimentos militares subterrâneos, ou seja, a Haganah, a fim de estarem mais bem preparados na próxima vez.



 "Após as revoltas árabes de 1929"

No entanto, o desastre atingiu novamente os judeus do ano seguinte. Em Maio de 1921, os "motins de Jaffa" começaram quando dois grupos rivais - o Partido Comunista Judeu e o Ahdut HaAvoda - se encontraram enquanto desfilavam, e uma briga explodiu ao longo da estrada de Jaffa para Tel Aviv. A comunidade árabe em Jaffa, ouvindo os sons da luta, foi à ofensiva. Homens árabes invadiram edifícios judaicos, destruindo tudo e matando os judeus, com as mulheres seguindo logo atrás a saquear mercadorias. Os civis judeus foram brutalmente assassinados e as lojas foram demolidas. Os árabes entraram em casas judaicas e mataram os moradores desarmados, incluindo crianças. Um albergue de imigrantes foi atacado e os judeus feridos.

Desta vez, o governo britânico interveio. Dois destroyers foram enviados para Jaffa e um para Haifa. O Alto Comissário britânico tentou falar com os árabes e acalmá-los. Musa al-Husayni, que tinha sido forçado a deixar sua posição de presidente no ano anterior, exigiu uma suspensão imediata e completa da imigração judaica. Os britânicos consentiram, e foram recusados autorizações a barcos que transportavam 300 judeus , e estes enviados de volta para Istambul. 
O Grande Mufti de Jerusalém, grande aliado de Hitler, passa revista às tropas islâmicas-nazis.

Hajj al-Husayni, também indiciado nos motins do ano anterior, foi nomeado Grande Mufti de Jerusalém. No final, quase cinquenta judeus foram mortos e mais de 140 foram feridos. Os motins devastaram a cidade de Jaffa, cujos habitantes judeus fugiram para Tel Aviv, nas proximidades. 
Além disso, as relações entre os sionistas e o governo britânico deterioraram-se, quando os britânicos levaram a julgamento alguns judeus que participaram nos tumultos. A imigração judaica foi suspensa, com o propósito declarado de não perturbar a economia da Palestina.
No entanto, os ataques árabes contra judeus e assentamentos judaicos aumentaram durante a década de 1920, assim como a imigração. A Quarta Aliyah, entre 1924 - 1929, trouxe 82.000 judeus, principalmente da Polónia e da Hungria. A Haganah (antecessor das Forças de Defesa de Israel) cresceu, à medida que a Grã-Bretanha continuava a deixar os judeus indefesos e vulneráveis. 
Em Setembro de 1928, os judeus que oravam no Muro das Lamentações durante os serviços de Iom Kipur montaram suas cadeiras e telas usuais, para separar os homens e mulheres durante a oração. Os britânicos ordenaram que os judeus removessem imediatamente as telas, alegando que assim violavam a regra que proibia os judeus de construírem qualquer coisa na área do Muro Ocidental. Hajj al-Husayni usou o incidente em seu proveito, e distribuiu panfletos alegando que os judeus estavam a planear a tomada da Mesquita Al-Aqsa, a mesquita adjacente ao Muro das Lamentações (e que na realidade não é nem nunca foi a verdadeira mesquita de Al-Aqsa, que nem fica em Israel).


Quase um ano depois, em Agosto de 1929, as tensões atingiram um ponto de ruptura mais uma vez. Durante Tisha B'Av, o dia judaico nacional de luto, um grupo de judeus, liderado por Vladimir (Ze'ev) Jabotinsky, organizou uma manifestação alegando que o Muro Ocidental pertencia aos judeus. Rumores irromperam, e dizia-se que os judeus gritavam invectivas anti-muçulmanas. Depois de um sermão incendiário no dia seguinte, manifestantes árabes avançaram em direcção ao Muro e atacaram os adoradores judeus, queimaram os livros de orações e as preces em papel depositadas nas fendas do Muro. 
Em 23 de Agosto, após um boato de que os judeus haviam matado dois árabes, os árabes atacaram novamente os judeus na Cidade Velha, e a violência espalhou-se por toda a Palestina. Dezassete judeus foram mortos em Jerusalém.



"Uma Casa no Deserto" - 1947

Os piores massacres ocorreram em Hebron, onde quase setenta judeus foram mortos. Muitos dos árabes da cidade ofereceram refúgio aos seus vizinhos judeus em suas casas, mas depois de os motins terem terminado, os judeus foram forçados a evacuar, e os seus bens foram apreendidos pelos árabes até depois da Guerra dos Seis Dias de 1967. Em Safed, dezoito judeus foram mortos, e a principal avenida judaica foi saqueada e queimada.


Jabotinsky

Após os devastadores tumultos de 1929,
foi criado o grupo militar Irgun,  sob a liderança de Ze'ev Jabotinsky. O governo britânico, percebendo a situação estava a ficar fora de controle, criou a Comissão Peel, que recomendava separar a Palestina em duas regiões autónomas. O plano nunca foi executado.
Na década de 1930, apesar das restrições à imigração judaica, os judeus continuaram a entrar na Palestina, procurando escapar do aumento da perseguição na Europa. A Quinta Aliah, de 1929 a 1939, era composta principalmente de judeus alemães, e a Aliyah Bet (1933 - 1948) consistiu principalmente de judeus que entraram ilegalmente na Terra de Israel/ Erets Israel, apesar das restrições britânicas. Mais uma vez, a rápida imigração levou a um aumento dos ataques árabes, culminando nos distúrbios árabes de 1936-1939.
Em 1936, os trabalhadores árabes organizaram uma greve com o objectivo de acabar com a imigração judaica, proibir a venda de terra na Palestina aos judeus e criar um estado palestino independente. A greve levou a uma revolta geral e a uma série de ataques contra cidades judaicas e moradores judeus. Os britânicos tentaram reprimir os atiradores árabes, mas, apesar dos seus esforços, e dos da Haganah e do Irgun, os combates duraram quase três anos. No final, mais de 400 judeus haviam sido mortos.


 

 "A Catástrofe de Tiberíades" - 1934

Um resultado dos tumultos foi a emissão do Livro Branco britânico, que essencialmente renegou os compromissos que a Grã-Bretanha havia feito na Declaração de Balfour, duas décadas antes, e que prometia estabelecer uma pátria para os judeus na Palestina.
A Grã-Bretanha afirmou que a criação de uma pátria judaica já não era uma prioridade, e a imigração judaica, apesar das atrocidades cometidas na Europa, permaneceu severamente limitada.
Enquanto a política da Agência Judaica era apoiar o governo britânico no conflito com a Alemanha, um grupo dissidente do Irgun formou sua própria organização militar, o Lehi, ou Grupo Stern, que lutou contra os britânicos em Israel. Após a Segunda Guerra Mundial, o Movimento de Resistência Judaica foi formado, e os ataques contra os britânicos aumentaram.
A política britânica de restringir a imigração a Israel, no entanto, à luz da tragédia do Holocausto, recebeu publicidade negativa, e no final da década de 1940, a Grã-Bretanha recomendou entregar o problema palestino à ONU. 



"A Terra de Israel Libertada" - 1919


Bibliografia:
Stand With Us.

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Myths and Facts

Filmes de:

Steven Spielberg Jewsih Film Archive


Bandeira da "Palestina" durante o Mandato Britânico. O nome Palestina-Eretz Israel, ou apenas Palestina, era sinónimo de uma nação judaica com mais de 3.000 anos de História. A soberania foi dado aos Árabes sobre mais de 96% do território anteriormente ocupado pelo Império Turco Otomano no Médio  Oriente. Os Judeus receberam a pequena Palestina, em reconhecimento dos seus laços históricos. Mas a obsessão do Mundo permanece esses 0,5% do Médio Oriente que Israel constitui.

Nunca existiu uma Palestina árabe ou muçulmana:

A Mentira Soviético-Palestina

terça-feira, 25 de outubro de 2016

História de Israel - O Mandato Britânico

Mais um post da série HISTÓRIA DE ISRAEL:
Dicionário Larousse, ano de 1939. Na página da esquerda, em cima, na bandeira da Alemanha, que era então a bandeira nazi, com a respectiva cruz suástica. E como era, em 1939, a bandeira da Palestina?
Era assim:
"Palestina" foi o nome  dado pelos ocupantes Britânicos à Terra de Israel. Nunca existiu nenhuma Palestina árabe. Israel é a terra dos judeus, desde há MILÉNIOS. Como Portugal é a terra dos portugueses, não importa quantos nomes tenha tido (Condado Portucalense, Reino de Portugal e dos Algarves, República Portuguesa) ou que tenha estado sob a soberania Espanhola.

Após a dissolução do Império Otomano, no final da Primeira Guerra Mundial, Israel, então chamado Palestina (o mesmo nome que os Romanos lhe tinham dado, derivado de Filistina/Terra dos Filisteus, povo já extinto ao tempo da ocupação Romana), tornou-se território administrado pelo Império Britânico. 

Os turcos-otomanos foram derrotados no início da Primeira Guerra Mundial, e a Palestina ficou sob controlo militar britânico enquanto a guerra durou. Os britânicos melhoraram a qualidade de vida dos judeus e dos árabes na então Palestina Britânica, melhorando o abastecimento de água e de alimentos, combatendo as doenças, e melhorando as comunicações. 

Em 1922, após a Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações deu formalmente o controlo temporário da Palestina ao governo britânico; o objectivo declarado da Liga das Nações para o Mandato Britânico era administrar partes do extinto Império Otomano, que tinha controlado todo o Médio Oriente desde o século 16, até que os residentes locais estivessem prontos para o auto-governo. 

Mapa da Terra de Israel desde 1516 - do domínio Turco-Otomano à actualidade.

A Grã-Bretanha foi incumbida de criar um lar nacional para o povo judeu. O trabalho da Grã-Bretanha foi o de implementar a Declaração de Balfour, que tinha sido assinada havia cinco anos, afirmando o desejo da Grã-Bretanha de criar uma pátria para os judeus na Palestina Britânica. O governo britânico, no entanto, fez promessas conflitantes aos judeus e aos árabes, prometendo a cada um a sua área autónoma. A elaboração do mandato e a demarcação das fronteiras de Israel foi um acto de equilíbrio delicado, cheio de conflitos. O Comité para a Palestina, por exemplo, opôs-se à frase invocando a "reivindicação" histórica do povo judeu na Terra Santa; a frase foi, consequentemente, reformulada.
O mandato foi finalmente ratificado em Junho de 1922. Durante os anos do Mandato, que durou de 1922 até à declaração de um Estado independente de Israel em 1948, a população judaica cresceu. Mais de 300.000 judeus imigraram para Israel, e estima-se que outros 50.000 imigraram ilegalmente. No início, os imigrantes não encontraram oposição da população árabe local. 

No entanto, como o anti-semitismo e a perseguição aos judeus a aumentavam na Europa, assim como o número de imigrantes para Israel, os árabes começaram a sentir-se desconfortáveis e ressentidos, e o governo britânico colocou limites estritos em matéria de imigração. As tensões aumentaram entre judeus e árabes, e ocorreram tumultos, como os motins Hebron, em 1929. 
Foi nessa época que a população judaica começou a formar as suas próprias forças de defesa, como o Haganah e o Irgun, que serviram de base ao IDF - Forças de Defesa de Israel. Ainda assim, um grande progresso foi feito em Israel. A economia do sector judaico foi crescendo, bem como outros aspectos da vida judaica. Um sistema de ensino centralizado foi criada em 1919; em 1920, a Federação de trabalho Histadrut foi fundada; o Instituto Technion e a Universidade Hebraica de Jerusalém foram ambos estabelecidos durante os anos de mandato. 

Plano de Partição da Palestina Britânica em 1922: 77% para os invasores árabes e 23% para os nativos judeus. A percentagem viria a ser ainda mais alterada a favor dos árabes. Mas nunca chega. O objectivo do mundo islâmico e da esquerda são os 0% de território e os 0% de judeus no Mundo.

Na sequência de revoltas árabes, entre 1936 e 1939, a Grã-Bretanha emitiu o Livro Branco, essencialmente renegando os princípios estabelecidos no Mandato, bem como a Declaração de Balfour. Severas restrições foram colocadas sobre a imigração judaica, bem como sobre os direitos de propriedade de terras judaicas. 

Durante os anos da II Guerra Mundial, a pequena quota foi rapidamente atingida, e os judeus que fugiam do Holocausto foram impedidos de entrar em Erets Israel, então chamada a Palestina Britânica. 

A opinião pública judaica voltou-se contra os britânicos, e as organizações clandestinas de defesa judaicas realizaram ataques contra os britânicos. A proibição de imigração permaneceu em vigor, mas o mandato foi-se tornando cada vez mais impopular. 

Após a Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas (a antiga Liga das Nações), adoptou o Plano de Partilha, essencialmente dividindo a Palestina Britânica em um Estado árabe e um Estado judeu, com Jerusalém sob controlo internacional. Isto levou a Grã-Bretanha a terminar o seu mandato e Israel a declarar sua independência em Maio de 1948.

Bibliografia:
Stand With Us.

Jewish Virtual Library

Myths and Facts
 Em caso de dúvida, (re)leia:

Mas afinal quem são os "palestinos"?

e




Israel - O Nascimento de uma Nação